Você sabe quais são requisitos para a plataforma ferroviária?

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Fonte: KLINCEVICIUS (2011)

Abaixo do sub lastro de uma via férrea é encontrada a plataforma, a qual é o conjunto de procedimentos construtivos que dão forma a seção transversal e adequam o terreno local da via permanente. Dessa forma, a plataforma é o topo da camada final de terraplenagem, ou seja a parte superior da infraestrutura.

A Plataforma pode ser constituída de uma ou mais camadas de solo local, cortes ou aterros, com espessuras variando de 15 a 20 centímetros. Caso o solo apresente mais do que 5% do solo passante na peneira #200, deve receber tratamento granulométrico ou tratamento químico para anular a formação de lama.

Requisitos para o Sub-Lastro de Ferrovias

Fonte da Figura: https://economia.ig.com.br/
 

O Sub-Lastro (sub ballast) é uma camada intermediária entre a plataforma e o lastro ferroviário. Dentre as funções do sub-lastro destaca-se a de complementar a capacidade de suporte da estrutura, completando o lastro para distribuir as tensões.

O sub lastro segue um princípio parecido com o das sub-bases de pavimentos rodoviários, sendo utilizada quando a espessura de lastro for maior do que 40 centímetros. Entretanto, o sub lastro também tem como função impedir a penetração de solo no lastro a e servir como uma camada drenante para proteger o solo da chuva.

A espessura mínima e o desempenho do Lastro Ferroviário

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Fonte: https://pedesenvolvimento.com/

O lastro ferroviário, assim como as camadas de pavimentos rodoviários, devem apresentar espessuras adequadas que consigam dissipar e distribuir de forma uniforme as tensões que vem dos veículos ferroviários. Isso é necessário para que as tensões verticais no topo da camada de sublastro e subleito não ultrapassem a capacidade de suporte dessas.

Conheça os requisitos de um Lastro Ferroviário

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Fonte: https://nordestenoticias.wordpress.com

Os dormentes ferroviários são assentados sobre camadas de pedra britada, chamada de Lastro (Ballast). O lastro é uma camada constituída de material granular que tem como objetivo suportar a grade da via férrea. O lastro envolve os dormentes também nas laterais e longitudinais, para impedir a movimentação destes. 

Entenda as Solicitações nos Dormentes

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Fonte: https://nordestenoticias.wordpress.com

Os dormentes recebem uma certa porcentagem das solicitações provenientes das rodas nos trilhos. Segundo PAIVA (2016) os estudos e pesquisas de engenharia ferroviária mostraram que uma dada carga Q dos veículos ferroviários carrega os dormentes com aproximadamente 40% da carga Q.

Você conhece os tipos de Dormentes de Concreto?

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Fonte: http://tracktec.eu/

Com o aumento dos custos da madeira, e consequentemente com a difícil aquisição do produto devido a necessidade de reflorestamento, após a Segunda Grande Guerra os países da Europa começaram a substituir os dormentes de madeira pelos de concreto.

Normalmente esses dormentes são utilizados em vias com tráfego intenso e com pouca possibilidade de manutenção constante. Os dormentes de concreto podem ser de três tipos:

Vantagens e desvantagens dos Dormentes de Aço

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Fonte: http://www.mimf.com.br/

Os dormentes de madeira possuem vida útil reduzida pois podem sofrer danos provenientes de fungos, insetos ou devido apodrecimento devido a presença de água. Com isso, outros tipos de dormentes podem ser utilizados em vias férreas.

Os dormentes de aço são formatos por chapas metálicas em forma de “U” virado para baixo e são fixados no lastro. Apresentam vida útil superior aos dormentes de madeira, variando de 25 até 50 anos. Além disso, é uma solução mais leve, o que implica em fácil transporte e aplicação em campo.

Vantagens e desvantagens dos Dormentes de Madeira

O tráfego ferroviário gera esforços no boleto dos trilhos, os quais são transmitidos para patins dos trilhos e depois para os dormentes. Os dormentes (Railway Sleepers) são dispostos de forma transversal ao sentido de movimentação dos veículos, e ficam logo abaixo dos trilhos, Conforme Figura 1.

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Figura 1 – Dormentes e trilhos. Fonte: https://www.portosenavios.com.br

Qual a função da Tala de Junção em Ferrovias

Normalmente, os trilhos ferroviários apresentam comprimento de 12 metros. Com isso, para a construção das vias férreas, o conjunto de trilhos dispostos longitudinalmente precisam ser unidos. Essa união pode ocorrer por soldagem, ou então pelas talas de junção (Joint Bar).

As talas de junção são posicionadas nas almas dos trilhos e presas por quatro ou seis parafusos e aruelas de pressão. As talas utilizadas no Brasil são normatizadas pela NBR 7591/2012 e são classificadas em:

  • TJ 37
  • TJ 45
  • TJ 50
  • TJ 57
  • TJ 68

As juntas em trilhos unidos por talas apresentam pontos de desconexão, e por isso são considerados de qualidade inferior aos métodos de soldagem dos trilhos. Devido a essa desconexão, durante a passagem do veículo na junta a via se deforma e as rodas “golpeiam” o boleto. Isso gera uma deformação nas juntas e a oscilação vertical do veículo. A Figura 1 ilustra a deformação na junta com tala de junção.

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Figura 1 – Deformação na junta. Fonte: Autor (2018)

Os 4 tipos de defeitos em Trilhos Ferroviários

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Fonte: Autor desconhecido

Os trilhos podem apresentar diversos defeitos que são classificados com base no processo que resultou o defeito. Na compra de um trilho, o fabricante deve apresentar uma relação de ensaios que comprovem as propriedades mecânicas e funcionais dos trilhos, além do ensaio de verificação por ultrassom que analisa se o trilho apresenta defeitos internos de fabricação.

DEFEITOS DE FABRICAÇÃO