O tráfego ferroviário gera esforços no boleto dos trilhos, os quais são transmitidos para patins dos trilhos e depois para os dormentes. Os dormentes (Railway Sleepers) são dispostos de forma transversal ao sentido de movimentação dos veículos, e ficam logo abaixo dos trilhos, Conforme Figura 1.

As principais funções dos dormentes são:
- Suportar os trilhos
- Garantir a bitola uniforme
- Atua como apoio elástico entre trilho e lastro
- Distribuir as tensões das trilhos no lastro
- Garantir estabilidade da via
Os dormentes podem ser feitos de diversos materiais, como madeira, concreto, aço, plástico ou materiais reciclados. Para que possam ser utilizados em vias ferroviárias, os dormentes devem apresentar viabilidade econômica, vida útil duradoura, resistência ao tráfego, fácil manipulação. deve possibilitar manutenções no lastro e etc.
Os dormentes de madeira são fabricados com madeira de Eucalipto replantado, e normatizados pela NBR 7511/2013, com as dimensões médias apresentadas na Tabela 1.


Os dormentes de madeira apresentam menor custo do que outros tipos de dormentes, são de fácil manuseio, se adequam ao lastro e podem ser usados em vias de qualquer bitola e que não apresentem manutenções rigorosas.
Entretanto, como a madeira é um material orgânico ele apresenta menor vida útil por estar suscetível a fungos e insetos, apresenta menor estabilidade lateral e longitudinal do que outros dormentes e caso não seja de reflorestamento pode causar impactos ambientais. A Figura 3 ilustra os dormentes de madeira com área de apoio dos trilhos definida.

Diversos são os tipos de dormentes de madeira quanto ao seu formato. Os dormentes roliços, são aqueles com formato original da árvore e que só recebem serragem na área de posicionamento dos trilhos para aplicação em campo. Os dormentes semirroliços são aqueles que recebem serragem apenas nas face inferior e superior. Os dormentes roliços e semirroliços são usados apenas em vias secundárias, de tráfego ocasional e com baixa velocidade.
Os dormentes prismáticos, por sua vez, são aqueles que recebem serragem nas quatro faces, apresentando seção transversal retangular e utilizados em vias primárias. Além disso, os dormentes de madeira precisam de tratamentos químicos pois estão sujeitos a ataques de fungos e insetos. De forma geral, esses dormentes estão sujeitos a maiores danos como a degradação causada pela água, ou devido a ferrugem proveniente de fixações.
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Fontes:
PAIVA, C.E.L. “SUPER E INFRAESTRUTURAS DE FERROVIAS: Critérios para Projeto“. Editora Elsevier: São Paulo, 2016.
NABAIS, R.J.S; “MANUAL BÁSICO DE ENGENHARIA FERROVIÁRIA”. Oficina de Textos: São Paulo, 2015.
NETO, C.B. “MANUAL DIDÁTICO DE FERROVIAS“. Universidade Federal do Paraná: Paraná, 2018.
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