Como realizar a Dosagem de Misturas SMA

images
Fonte: Autor desconhecido

Uma mistura de Stone Matrix Asphalt (SMA) deve apresentar agregados que garantem o contato entre os grãos graúdos. O contato é garantido quando os vazios da fração graúda dos agregados da mistura compactada (VCAmix) são menores ou iguais aos vazios da fração graúda do agregado compactado (VCAdrc). No artigo publicado anteriormente sobre o SMA são apresentadas as faixas granulométricas utilizadas para dosagem. A Figura 1 ilustra essas propriedades.

vazios2
Figura 1 – Propriedades para dosagem de SMA. Fonte: BERNUCCI, MOTTA, CERATTI e SOARES (2008)

vca
Equação 1 – Equações de vazios para dosagem SMA.

Nas Equações,

  • Gsbg = Massa específica aparente da fração graúda do agregado (g/cm³)
  • Gw = Massa específica da água (998 kg/m³)
  • Gs = Massa específica da fração graúda do agregado seco compactado (DNER ME 153/93) (kg/dm³)
  • Gmb = Massa específica aparente da mistura compactada (g/cm³)
  • Pca = % Fração graúda do agregado na mistura

A fração de agregado graúdo é a % relativa a mistura que é retida numa peneira específica que varia com o diâmetro nominal do agregado, conforme Tabela 1. O projeto de mistura SMA deve apresentar valores mínimos estabelecido pelo método Marshall, conforme Tabela 2.

fração
Tabela 1 – Fração graúda do agregado na mistura (PCA). Fonte: BERNUCCI, MOTTA, CERATTI e SOARES (2008)
smamarshall
Tabela 2 – Valores mínimos para dosagem de SMA pelo Marshall. Fonte: BERNUCCI, MOTTA, CERATTI e SOARES (2008)

A resistência a tração retida (RTR) é uma propriedade obtida de acordo com a AASHTO T 283, que avalia o dano por umidade induzida, conforme detalhado na dosagem do método Superpave.

O valor de escorrimento do ligante asfáltico segue a norma AASHTO T 305/97. O ensaio é utilizado para determinar a quantidade do ligante asfáltico que poderá escorrer de uma mistura SMA durante o processo de transporte, aplicação e compactação.

O ensaio consiste em uma amostra de 1200 gramas de SMA usinado, com granulometria, teor de ligante e teor de fibras que se deseja testar. A amostra é colocada em um cesto cilíndrico confeccionado com tela metálica de abertura 6,3mm. A Figura 2 ilustra esse procedimento.

escorrimento
Figura 2 – Ensaio para determinar escorrimento da mistura SMA. Fonte: BERNUCCI, MOTTA, CERATTI e SOARES (2008)

A amostra é pesada e colocada apoiada em um papel filtro dentro de uma estufa na temperatura de compactação por uma hora. Depois disso a amostra é retirada e pesa-se o papel filtro, o qual poderá ter ligante que escorreu da mistura, Conforme Figura 3.

exemplos de escorrimento
Figura 3 – Escorrimento da mistura no papel filtro. Fonte: BERNUCCI, MOTTA, CERATTI e SOARES (2008)

A utilização de fibras na mistura é benéfica para evitar que escorra o ligante, conforme observa-se na Figura 3. A porcentagem que escorreu é expressa pela Equação 2, sendo a massa de ligante que escorreu no papel filtro dividido pela massa inicial da mistura.

escorrimento
Equação 2 – Porcentagem de Escorrimento do SMA.

A quantidade de fibras necessária na mistura também pode ocorrer pelo método de Schellenberg. Esse método utiliza 1000g de mistura asfáltica despejada dentro de um béquer. O recipiente é levado para estufa na temperatura de compactação por um período de 1 hora. Em seguida, o conteúdo é colocado em outro recipiente. O béquer é então pesado novamente para calcular a massa de ligante que ficou preso no béquer. A porcentagem não deve exceder 0,3%, sendo que valores menores que 0,2% são desejáveis.

Esse artigo foi útil para você? Compartilhe esse artigo para que outras pessoas entendam como realizar a dosagem de misturas asfálticas SMA. Se tiver dúvidas, deixe nos comentários que elas serão respondidas!

Siga nas redes sociais abaixo para acompanhar nosso trabalho!

60312da1fe41b1f2a8a84e4c959b4e0e

if_linkedin_circle_color_107178

aaa

Fontes:

BALBO, José Tadeu, “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Materiais, projeto e restauração”. São Paulo, 2007.

BERNUCCI, L.B; MOTTA, L.M.G; CERATTI, J.A.P; SOARES, J.B. “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Formação básica para Engenheiros”. Rio de Janeiro, 2008.

MEDINA, J; MOTTA, L.M.G. “Mecânica dos Pavimentos”. Rio de Janeiro, 2015.

PEIXOTO, Creso de Franco; “GENERALIDADES DE PAVIMENTAÇÃO RODOVIÁRIA”. Rio Claro, 2003.

PRIETO, Valter; “NOTAS DE AULA – SUPERESTRUTURA RODOVIÁRIA”. Centro Universitário da FEI. São Bernardo do Campo, 2016.

 

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Além da Inércia

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading