Como realizar a avaliação estrutural destrutiva dos pavimentos

Os pavimentos são estruturas não perenes, ou seja, com o passar dos anos vão sofrendo deformações e tornando-se inapropriados para o novo tráfego de determinada via. Essa falta de capacidade em suportar o tráfego, e o surgimento de patologias exigem uma avaliação do estado do pavimento para ser adotada uma nova medida, seja ela uma reconstrução ou  um reforço estrutural.

A avaliação estrutural contempla a caracterização completa de elementos e variáveis estruturais dos pavimentos, de uma forma que possibilite a descrição do comportamento em relação as cargas do tráfego e definir sobre a capacidade do pavimento. Caracterizar a estrutura do pavimento implica em determinar os materiais e também as espessuras de cada elemento estrutural, incluindo solo de subleito e integridade das camadas, por meio de parâmetros estruturais e também medidas de deformações. A Figura 1 ilustra uma avaliação destrutiva do pavimento.

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Figura 1 – Avaliação destrutiva do pavimento. Fonte: http://stratosondagens.blogspot.com.br

A avaliação dos defeitos superficiais possibilita a definição dos padrões e a causa de algumas patologias dos pavimentos. Uma avaliação estrutural permite também retirar conclusões sobre a camadas abaixo do revestimento, que muitas vezes não é possível realizar com avaliação visual superficial.

A avaliação estrutural destrutiva é aquela que tem como finalidade uma completa caracterização física da estrutura do pavimento. Ou seja, em uma avaliação destrutiva são retiradas diversas informações sobre o pavimento existente, tais como:

  • Determinar espessuras
  • Definição dos materiais
  • Indicar estado e degradação

Essa avaliação é geralmente inviável com apenas avaliações de defeitos superficiais. Entretanto, ter o conhecimento preliminar da estrutura é considerado como um ponto de partida para as demais verificações, e também parar a avaliar a necessidade de uma restauração.

A avaliação destrutiva pode ser realizada por processos manuais ou mecânicos através da abertura de uma cava com pá e picareta, ou abertura de furos com concha helicoidal, trado ou concha. Pode ser realizado também por meio de abertura de trincheiras transversais a pista, ou extração de amostras do revestimento, base e demais sondagens que possibilitem a caracterização do material. A Figura 2 ilustra uma trincheira de inspeção.

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Figura 2 – Trincheira de Inspeção. Autor: Desconhecido

Os poços de inspeção possuem geralmente dimensões de 0,8m x 0,8m, de forma a permitir a medição das espessuras e reconhecer os materiais. O espaçamento entre os poços de inspeção é realizado geralmente a cada 2 quilômetros, mas dependendo da necessidade de inspeção e do detalhamento podem ser realizados a cada 200 metros.

As aberturas de trincheiras só podem ser realizadas quando a avaliação do pavimento exige um grande nível de detalhes para observar as trilhas de rodas, fissuras em base e rupturas de camadas.

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Fontes:

BALBO, José Tadeu, “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Materiais, projeto e restauração”. São Paulo, 2007.

BERNUCCI, L.B; MOTTA, L.M.G; CERATTI, J.A.P; SOARES, J.B. “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Formação básica para Engenheiros”. Rio de Janeiro, 2008.

PEIXOTO, Creso de Franco; “GENERALIDADES DE PAVIMENTAÇÃO RODOVIÁRIA”. Rio Claro, 2003.

PRIETO, Valter; “NOTAS DE AULA – SUPERESTRUTURA RODOVIÁRIA”. Centro Universitário da FEI. São Bernardo do Campo, 2016.

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