
Com o avanço e a necessidade de cultivar e expandir seu território foram criadas as estradas, sendo os Egípcios os primeiros a criarem essas ligações entre locais, colocando drenos laterais e até um revestimento primário. Os egípcios, assim como outros povos, utilizavam as estradas apenas para serviços religiosos e festivos, segundo BALBO (2007) um sentido mais decorativo.
Os romanos foram os primeiros a aperfeiçoar as estradas criando o que hoje chamamos de pavimentação, com objetivo de criar uma estrutura duradoura. Já naquela época, a pavimentação era considerada essencial para uma sociedade desenvolvida. A Figura 1 ilustra o método dos romanos.

Dentre as primeiras vias pavimentadas pelos Romanos está a Via Appia Antica, construída em 312 a.C e que recebeu o nome do seu criador, o político romano Áppius Claudius Caecus, com o objetivo de mostrar a grandeza de Roma. A Via Appia Antica ligava Roma até Taranto e tinha como objetivo estabelecer ligação entre a sede romana e as províncias orientais.

As técnicas de pavimentação da Roma foram se aprimorando conforme a necessidade de expandir o território. As estradas romanas ligavam cidades e portos, para operações agrícolas. Segundo BALBO (2007), durante o período republicano de Roma diversas estradas foram construídas com as técnicas construtivas dominadas pelos romanos, dentre elas a Via Aurélia, Via Flaminia e a Via Clodia.
A técnica de construção dos romanos era seguida por:
- Terreno Natural – Escavados até material consistente
- Statumen – Lastro de pedras para melhorar condição de apoio (30 a 60 centímetros)
- Indus ou Rudus – Pedras fragmentadas, pedaços de ferro aglomerados com cal, areia, argila e pozolana (cinza vulcânica) (25 a 30 centímetros)
- Nucleus – Pedras miúdas com pasta semelhante ao indus para impermeabilizar o pavimento. (30 a 50 centímetros)
- Summa crusta – Rochas basálticas justapostas
Durante a baixa idade média, a decadência econômica dos povos europeus, as vias pavimentadas pelos romanos foram abandonadas e resultaram em deterioração pelo intemperismo e ausência de manutenção, o que só retornou no fim da baixa idade média.
O uso da técnica de pavimentação romana se estendeu até o século XVIII, quando em 1770 o engenheiro Pier-Maria Jerolame Trésaguet apresentou novos critérios de pavimentação na frança. Trésaguet utilizada:
- Fundação – 30 centímetros de pedras cravadas com objetivo de uniformizar o apoio.
- Camada Superior – 8 a 10 centímetros de pedras trituradas e dispostas a mão com posterior compactação, para resultar em poucos vazios.
Em 1820 o Engenheiro escocês John Loudon Mac-Adam, baseado em sua experiência prática publicou suas notas, as quais contrariavam Trésaguet e diziam:
- Uniformizar o terreno com pedras cravadas é dispensável
- Camada granular não precisa de confinamento, para permitir escoamento da água
- Pedras com dimensões máximas de 40mm (cúbica) e 50mm (esférica), com rigoroso controle tecnológico.
- Pedras são espalhadas em camadas sobrepostas, de espessura crescente, sem necessidade de aglomerantes pois a água faria esse papel.
Essa especificação ficou conhecida como Macadame Hidráulico, e pode ser encontrada aqui.

Entre 1825 e 1895 foram criadas diversas teorias, como a teoria da elasticidade, a resistência dos materiais, a geodesia e a geometria. O que acabou contribuindo para o avanço de novas técnicas e de teorias para dimensionamento de estruturas dos pavimentos.
Com a expansão da utilização do cimento portland, o concreto foi utilizado pela primeira vez na pavimentação em Grenoble na França e na cidade de Ohio, ambos em 1876.
Em 1870 foi construído o primeiro pavimento com revestimento betuminoso em New Jersey (EUA), pelo químico belga DeSmedt.
As técnicas de dimensionamento e a especificação de materiais foi avançando com o passar dos anos, surgindo a teoria de boussinesq, teoria de burmister, especificações para o uso de concreto asfáltico e novos materiais incorporados em misturas como o polímero e a borracha de pneu. Esses temas mais específicos estão (ou estarão futuramente) detalhados em artigos próprios.
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Fontes:
BALBO, José Tadeu, “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Materiais, projeto e restauração”. São Paulo, 2007.
BERNUCCI, L.B; MOTTA, L.M.G; CERATTI, J.A.P; SOARES, J.B. “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Formação básica para Engenheiros”. Rio de Janeiro, 2008.
PEIXOTO, Creso de Franco; “GENERALIDADES DE PAVIMENTAÇÃO RODOVIÁRIA”. Rio Claro, 2003.
PRIETO, Valter; “NOTAS DE AULA – SUPERESTRUTURA RODOVIÁRIA”. Centro Universitário da FEI. São Bernardo do Campo, 2016.
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