
O revestimento é a última camada do pavimento e nunca deve ser fabricado, transportado e aplicado quando a temperatura ambiente for menor que 10 graus celsius.
O material asfáltico que chega na obra deve apresentar certificado de resultados de ensaio, emitido pela empresa contratante. Segundo a DNIT 031/2006 deve apresentar também uma indicação clara do tipo de material, a quantidade e a distância entre a usina e o canteiro de obra.
Caso a imprimação tenha sido executada a mais de 7 dias, ou caso tenha sido liberado ao tráfego, deve-se aplicar uma pintura de ligação antes de executar o revestimento. Após a ruptura da pintura de ligação, a camada pode ser executada.
A temperatura de compactação da mistura asfáltica é aquela que a mistura apresenta viscosidade entre 75 e 150 SSF (Saybolt Furol). A temperatura da mistura não deve ser inferior a 107 graus celsius e nem superior a 177 graus celsius.
O material é distribuído em pista por pavimentadora de asfalto, Figura 1, e em seguida começa a compactação da mistura iniciando pelo rolo liso vibratório e depois pelo rolo com pneus, o qual esse último garante o acabamento superficial.

Assim como na camada de base e sub-base, a compactação ocorre do bordo para o eixo e em superelevação do bordo mais baixo para o mais alto, seguindo também a sobreposição de 150mm, conforme Figura 2.

Durante a compactação, não é permitido a mudança de direção, a inversão de marcha ou estacionar sobre o revestimento recém rolado. As rodas do rolo compactador devem ser umedecidas, com água ou óleo vegetal, para evitar a aderência da mistura. Não deve ser utilizado óleo diesel pois, esse em contato com a mistura asfáltica oxida a porção de maltenos presente na mistura, danificando a mistura e diminuindo sua vida útil.
A liberação ao tráfego deve ocorrer após o total resfriamento da mistura asfáltica, ou seja, até que a temperatura ambiente seja alcançada. O produto final é verificado aceitando as seguintes tolerâncias.
- 5% da espessura
- Verificação do eixo e bordo não deve exceder 5 centímetros
- Verificação da superfície com régua e a distância não deve exceder 0,5 centímetros.
- O acabamento longitudinal é verificado pelo IRI (International Roughness Index), sendo que o QI (Quociente de Irregularidade) deve ser menor ou igual a 35 contagens por quilometro, ou IRI menor ou igual a 2,7.
O revestimento deve apresentar resistência a derrapagem (VDR) maior ou igual a 45 no pêndulo britânico e altura da mancha de areia entre 0,60 e 1,20 milímetros.
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Fontes:
BALBO, José Tadeu, “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Materiais, projeto e restauração”. São Paulo, 2007.
BERNUCCI, L.B; MOTTA, L.M.G; CERATTI, J.A.P; SOARES, J.B. “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Formação básica para Engenheiros”. Rio de Janeiro, 2008.
DNIT – DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. “DNIT ES 031 – EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO ASFÁLTICO”. Rio de Janeiro, 2006.
DNIT – DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. “MANUAL DE PAVIMENTAÇÃO”. IPR 719. Rio de Janeiro, 2006.
PEIXOTO, Creso de Franco; “GENERALIDADES DE PAVIMENTAÇÃO RODOVIÁRIA”. Rio Claro, 2003.
PRIETO, Valter; “NOTAS DE AULA – SUPERESTRUTURA RODOVIÁRIA”. Centro Universitário da FEI. São Bernardo do Campo, 2016.