Conheça a classificação de solos HRB para Pavimentos Rodoviários

Fonte da Figura: Rafael Manzutti / http://www.sinfra.mt.gov.br/

Antes de começar a dissertar sobre esse tema é bom que você tenha em mente que serão utilizados daqui em diante diversas nomenclaturas e conceitos de mecânica dos solos, portanto é bom dar uma revisada no tema.

A classificação de solos visa a diferenciação de diversos parâmetros do solo. A Classificação “Highway Research Board” ou HRB é a mais conhecida mundialmente e de fácil compreensão. Essa classificação baseia-se em índices físicos e no índice de grupo (IG).

O índice de grupo (IG) é um parâmetro arbitrário o qual é uma estimativa da capacidade de suporte do material. É comum encontrar em alguns livros didáticos formulas que relacionam o índice de grupo com a capacidade de suporte (CBR). Mas, vamos deixar essa informação para o artigo próprio de CBR, por hora vamos seguir em frente.

O índice de grupo é calculado com base nas características granulométrica de um determinado solo. Antes de apresentar a equação de cálculo vamos lembrar alguns conceitos de mecânica dos solos que serão uteis.

ÍNDICES FÍSICOS TRADICIONAIS

Limite de Liquidez (LL): Teor de umidade que o solo passa do estado liquido para o estado plastico. Determinado utilizando o aparelho de Casagrande

Limite de Plasticidade (LP): Teor de umidade o qual o solo rompe quando rolado nas mãos, formando cilindros. Ou seja, passa do estado plastico para o semi sólido.

Índice de Plasticidade (IP): Diferença entre as umidades de passagem do LL para o LP.

IP = LL – LP

F = % passante na peneira #200

Agora sim, a definição do IG:

IG = 0,2a + 0,005ac + 0,01bd

onde,

a = F – 35 (Valor varia de 0 a 40)
b = F – 15 (Valor varia de 0 a 40)
c = LL – 40 ( Valor varia de 0 a 20)
d = IP – 10 (Valor varia de 0 a 20)

OBS:

Se o IG for negativo adota-se o valor de IG = 0
O IG para solos A1a; A1b; A24; A25 e A3 são nulos
O IG para solos A26 e A27 é feito pelo IP, o qual é calculado por:

IG = 0,01 (F-15) (IP-10)

A tabela empregada para se encontrar a classificação pode ser encontrada pela internet ou consultada em algum site. Entretanto, podemos simplesmente decorar uma regrinha simples que auxilia na classificação do solo.

Capturar.JPG

Em geral os solos granulares têm índice de grupo entre 0 e 4, os siltosos entre 1 e 12 e os argilosos entre 1 e 20. Segundo o Manual do DNIT (2006) os grupos são compostos por:

Grupo A1: Mistura bem graduada de fragmentos de pedra, areia grossa, areia fina e filer não plástico ou pouco plástico. Sub Grupo A1-a: Fragmentos de pedra, com ou sem material fino bem graduado com menos de 50% passante na #10, menos de 30% na #40 e menos de 15% na #200 e IP menor que 6. Sub Grupo A1-b: Predominante areia grossa e média, com ou sem material fino bem graduado com menos de 30% na #40 e menos de 25% na #200.

Grupo A3: Areia fina de praia ou deserto, com ausência de siltes e argilas ou com pouco silte. Menos de 50% passante na #40 e menos de 10% na #200.

Grupo A4: Solos siltosos com porcentagem maior de 35% passante na peneira #200.

Grupo A5: Similar ao grupo A4 mas com material micáceo (areno-argiloso) e diatomáceo (alga marinha), altamente elástico.

Grupo A6: Solos argilosos plásticos, sujeito a grandes variações volumétricas entre o estado seco e úmido. Mais de 35% passante na #200.

Grupo A2: Inclui variedade dos materiais granulares e poucos finos que não estão na A1 e A3 devido porcentagem passante na #40. Sub Grupo A2-4 e A2-5: Materiais granulares cuja fração passante na #40 apresenta características do A4 (A2-4) e A5 (A2-5). Também inclui pedregulhos com siltes e valores de IP acima de A1 e areia fina acima dos limites do A3. Sub Grupo A2-6 e A2-7: Semelhante ao grupo A2-4 e A2-5 mas inclui argila plástica com características dos grupos A6 (A2-6) e A7 (A2-7)

Grupo A7: Semelhante ao grupo A6, porém mais elásticos com alto valor de limite de liquidez e grande variação volumétrica. Sub Grupo A7-5: Moderado índice de plasticidade em relação ao de liquidez, podendo ser altamente elástico e grande variação volumétrica. Sub Grupo A7-6: Alto índice de plasticidade em relação ao de liquidez com elevada variação de volume.

Esse artigo foi útil para você? Compartilhe esse artigo para que outras pessoas entendam a classificação HRB para pavimentos rodoviários. Se tiver dúvidas, deixe nos comentários que elas serão respondidas!

Siga nas redes sociais abaixo para acompanhar nosso trabalho!

60312da1fe41b1f2a8a84e4c959b4e0e

if_linkedin_circle_color_107178

aaa

Fontes:

BALBO, José Tadeu, “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Materiais, projeto e restauração”. São Paulo, 2007.

BERNUCCI, L.B; MOTTA, L.M.G; CERATTI, J.A.P; SOARES, J.B. “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Formação básica para Engenheiros”. Rio de Janeiro, 2008.

PEIXOTO, Creso de Franco; “GENERALIDADES DE PAVIMENTAÇÃO RODOVIÁRIA”. Rio Claro, 2003.

PRIETO, Valter; “NOTAS DE AULA – SUPERESTRUTURA RODOVIÁRIA”. Centro Universitário da FEI. São Bernardo do Campo, 2016.

3 comentários

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Além da Inércia

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading