Como executar uma Parede Diafragma

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Fonte: https://www.ufrgs.br

A parede diafragma é um método de contenção muito utilizado também em fundações. As paredes diafragmas são paredes de concreto armado que podem ser pré moldadas em lamelas ou concretadas in loco. Esse método de contenção apresenta espessuras variando de 30 centímetros à 120 centímetros e profundidades que atingem até 50 metros.

As paredes diafragma destacam-se pela capacidade de absorver efeitos de empuxos e carregamentos, além de resistirem a cargas normais podendo ser utilizadas para fundações. Possui ainda a vantagem de não apresentar vibrações em sua execução, evitando problemas de trincas e rupturas em casas e edificações vizinhas. Dentre as principais aplicações das paredes diafragmas destaca-se o emprego em obras subterrâneas em contenção de maciços para garagens, canalização de rios, estações de metrô, túneis e outros.

Execução da Parede Diafragma

A primeira etapa para a execução do método de contenção consiste na execução de uma mureta guia. Essa mureta tem por função guiar o Clam Shell, maquinário utilizado para realizar a escavação. A Mureta guia deve ser longitudinal ao eixo da parede e enterrada no solo com profundidade de um metro, e espessura que deve ser entre três e quatro centímetros maior que a espessura da parede. A Figura 1 ilustra a mureta guia.

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Figura 1 – Mureta Guia. Fonte: http://centralperfuracoes.com.br

O próximo passo é a fabricação da lama bentonita. O material é utilizado para manter a estabilidade do solo durante o processo de escavação. A lama é fabricada em locais específicos e chamados de centrais de lama. Como a lama bentonita apresenta elevado inchamento após o contato com a água, antes de sua aplicação é necessário um processo de maturação. A maturação consiste em deixar a lama em contato com a água até que se atinja o total inchamento do material, o tempo de maturação deve ser de pelo menos doze horas.

Após o processo de fabricação e maturação da lama bentonita, a escavação pode ser realizada através dos Clam Shell. O Clam Shell é utilizado para escavação de paredes com espessuras variando entre 30 centímetros e 1,2 metros e larguras de aproximadamente 2,5 metros.

A escavação inicia-se por uma lamela primária definida em projeto. Quando a escavação atinge entre 1 metro e 1,5 metros inicia-se o processo de bombeamento de lama bentonita para manter o maciço estável. É importante a atenção dos processos de escavação do Clam Shell para evitar desvios do maquinário. A velocidade com que o Clam Shell irá escavar o solo é função da resistência do maciço e o comprimento da parede diafragma. A Figura 2 ilustra a escavação com o Clam Shell.

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Figura 2 – Clam Shell. Fonte: http://equipedeobra.pini.com.br

Após o término da escavação, a lama bentonita pode apresentar grandes quantidades de sólidos. Dessa forma é importante que ocorra a troca da lama bentonita antes da escavação para que não ocorra a mistura dos sólidos ao concreto. Na fase de concretagem a lama deve apresentar um teor de areia máxima de 3% do volume. A lama bentonita pode ser substituída através de dois processos. O primeiro método é a substituição utilizando bombas submersas. A medida que a lama bentonita é retirada pela parte inferior, uma nova lama bentonita é introduzida pela parte superior. O outro método consiste em submeter a lama bentonita a um processo de desarenação para retirada das partículas. Após o processo a lama é introduzida novamente na cava.

As armaduras das parede diafragma são previamente montadas e devem ser rígidas para serem manipuladas por guindastes. São utilizados espaçadores circulares para garantir o cobrimento de 5 a 7 centímetros necessários para as paredes. Devido à presença da lama bentonita, a armadura não pode ficar imersa por mais de 4 horas, pois a lama pode aderir na armadura prejudicando a aderência com o concreto. A Figura 3 ilustra a armadura da parede diafragma.

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Figura 3 – Armadura da Parede Diafragma. Fonte: http://www.solonet.eng.br

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Fontes:

VARELA, M. “APOSTILA DE CONTENÇÕES DE SOLO”. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande. Rio Grande, 2015.

MILITITSKY, J. “GRANDES ESCAVAÇÕES EM PERÍMETRO URBANO”. São Paulo: Oficina de Textos, 2016.

BRAJA, M. D; SOBHAN, K; “FUNDAMENTOS DE ENGENHARIA GEOTÉCNICA”. 8º Edição. California: Cengage Learning, 2010.

 

 

 

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