Conheça outras tipos de Misturas Asfálticas

Além dos clássicos revestimentos asfálticos, como por exemplo o Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), o Stone Matrix Asphalt ou até mesmo o CPA, podem ser empregadas outras misturas asfálticas dependendo do tipo de tráfego ou a necessidade de uso. Nesse artigo, trataremos rapidamente de 5 misturas asfálticas: O Pré Misturado a Quente, Areia Asfalto a Quente, Microrevestimento Asfáltico a quente, o Tratamento Superficial e o Macadame Betuminoso.

Pré Misturado a Quente (PMQ)

O pré misturado a quente (PMQ) é uma mistura asfáltica bastante semelhante ao clássico CBUQ. Entretanto, o PMQ apresenta um menor rigor na distribuição granulométrica. Dessa forma, o PMQ é elaborado sem a introdução do material de enchimento, o filler, e com apenas dois tipos de agregados, resultando em uma mistura mais aberta (mais vazios) que o Concreto Betuminoso Usinado a Quente. Enquanto o CBUQ apresenta cerca de 4% de vazios, o PMQ pode apresentar cerca de 12% de vazios.

De acordo com o DNIT, o PMQ pode ser utilizado como camada de regularização, camada de Binder, ou como camada de base. O método de dosagem do PMQ é o mesmo utilizado no CBUQ, o Marshall. A Tabela 1 apresenta a faixa granulométrica para o PMQ.

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Tabela 1 – Faixa granulométrica para o PMQ. Fonte: DER ET-DE-P00/026

Areia Asfalto a Quente (AAQ)

A areia asfáltica usinada a quente, conhecida também como argamassa asfáltica e é especificado na DNIT 032/2005, ou caso utilize modificação com polímeros é especificado no DNER-ES 387/99.  Utiliza-se em regiões que não possuem agregados graúdos para misturas, e nesse caso é utilizada uma mistura de agregados miúdos (areia), o CAP e se for necessário o preenchimento dos vazios com finos, o filer. Como a mistura utiliza muitos agregados miúdos, a superfície específica aumenta e consequentemente o consumo de ligante também aumenta, variando de 6% a 12%. A Tabela 2 apresenta as faixas granulométricas para areia asfalto do DNIT, e a Tabela 3 para os modificados com polímeros no DNER.

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Tabela 2 – Faixas granulométricas para AAUQ. Fonte: BERNUCCI, MOTTA, CERATTI e SOARES (2008)
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Tabela 3 – Faixas granulométricas para AAUQ modificado com Polímeros. Fonte: BERNUCCI, MOTTA, CERATTI e SOARES (2008)

Essa mistura é geralmente empregada em rodovias com tráfego que não seja muito pesada, pois, por não apresentar agregados graúdos, a mistura apresenta baixa resistência a deformação permanente quando comparada ao concreto betuminoso usinado a quente.

Micro revestimento  (MR)

O micro revestimento é uma evolução da Lama asfáltica, formada por emulsão asfáltica modificada com polímeros, agregados miúdos, fíler. Dessa forma, o micro revestimento é uma mistura fina e impermeável, mas que não apresenta função estrutural. Ou seja, o Micro revestimento deve ser empregado como forma de manutenção e cuidados preventivos nos pavimentos, garantindo a característica funcional do pavimento por mais tempo.

Esse tipo de mistura é ainda utilizado para manutenção de defeitos, como trincas, devido a sua característica impermeável. São aplicados em espessuras que variam de 2 a 3 centímetros. Quando o Micro Revestimento Asfáltico é a frio, ele é especificado pela ABNT NBR 14948/2003 e DNIT 035/2005. A Figura 1 ilustra a aplicação de Micro Revestimento, o qual inicialmente apresenta coloração marrom devido a emulsão asfáltica, mas que após a ruptura atinge a coloração negra.

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Figura 1 – Execução do Micro Revestimento. Fonte: BERNUCCI, MOTTA, CERATTI e SOARES (2008)

Segundo Bernucci, Motta, Ceratti e Soares (2008), o micro revestimento é utilizado em:

  • recuperação funcional de pavimentos deteriorados;
  • capa selante;
  • camada intermediária anti-reflexão de trincas em projetos de reforço estrutural

A Tabela 4 apresenta a faixa granulométrica para o Micro revestimento.

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Tabela 4 – Faixas granulométricas para Micro revestimento. Fonte: DER/PR ESP 30-05

Macadame Betuminoso (MB)

O Macadame Betuminoso é uma mistura do Macadame Hidráulico com um ligante asfáltico. São utilizados emulsões asfálticas de ruptura rápida e um CAP de baixa viscosidade, sendo recomendado que o ligante asfáltico seja aplicado a base aproximada de 1 litro por metro quadrado por centímetro de espessura da camada de agregados. O Macadame Betuminoso pode ser utilizado como camada de Base ou camada de reforço.

A Tabela 5 apresenta a faixa granulométrica para Macadame betuminoso utilizando CAP e a Tabela 6 utilizando Emulsão asfáltica.

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Tabela 5 – Faixa granulométrica para utilização com CAP. Fonte: DNIT 149/2010
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Tabela 6 – Faixa granulométrica para utilização com Emulsão Asfáltica. Fonte: DNIT 149/2010.

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Fontes:

BALBO, José Tadeu, “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Materiais, projeto e restauração”. São Paulo, 2007.

BERNUCCI, L.B; MOTTA, L.M.G; CERATTI, J.A.P; SOARES, J.B. “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Formação básica para Engenheiros”. Rio de Janeiro, 2008.

PEIXOTO, Creso de Franco; “GENERALIDADES DE PAVIMENTAÇÃO RODOVIÁRIA”. Rio Claro, 2003.

PRIETO, Valter; “NOTAS DE AULA – SUPERESTRUTURA RODOVIÁRIA”. Centro Universitário da FEI. São Bernardo do Campo, 2016.

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