
A avaliação estrutural de um pavimento é uma etapa essencial na manutenção de edificações, garantindo a segurança e a durabilidade do local. Ela envolve a análise detalhada dos elementos que compõem a estrutura, identificando possíveis danos, desgastes ou falhas que possam comprometer a integridade do pavimento. Se você está planejando realizar uma avaliação estrutural em um pavimento, é fundamental seguir uma série de etapas para obter resultados precisos e confiáveis. Vamos entender como realizar essa avaliação de maneira eficaz.
Planejamento da Avaliação
Antes de iniciar a avaliação, é necessário planejar a abordagem. Determine os objetivos da inspeção: você precisa de uma análise para manutenção preventiva, ou a avaliação é para verificar a segurança de um pavimento após um evento específico, como um terremoto ou infiltração de água? Além disso, é importante reunir informações históricas sobre o pavimento, como o projeto original, as condições anteriores e qualquer tipo de modificação estrutural realizada ao longo do tempo.
Inspeção visual e cálculo de índices de condição
A primeira e talvez a mais simples forma de avaliar um pavimento é por meio da inspeção visual. Inspecione cuidadosamente toda a superfície do pavimento, observando sinais de danos visíveis, como trincas, afundamentos, desgastes, desníveis e outros. Saber identificar cada tipo de defeito será fundamental para que a análise seja eficiente. A inspeção visual pode ser feita de forma direta, ou com o auxílio de ferramentas como câmeras de inspeção ou drones, especialmente em pavimentos de difícil acesso.
Por meio da análise visual, ou ainda por meio de filmagens, é possível calcular o índice de gravidade global do pavimento (IGG). O IGG é uma métrica utilizada para avaliar o estado de conservação de pavimentos rodoviários, representando um indicador essencial para o planejamento e a gestão da manutenção de estradas e rodovias. Ele oferece uma análise abrangente da qualidade das superfícies pavimentadas, considerando diversos aspectos que impactam diretamente a segurança e o conforto dos usuários.
Por meio do IGG, é possível classificar os pavimentos em diferentes categorias, que vão de “excelente” a “muito ruim”, facilitando a priorização das obras de recuperação e manutenção. Quanto mais alto for o índice, maior a gravidade dos problemas detectados, o que implica a necessidade urgente de intervenções para evitar que o desgaste se amplie, aumentando os custos futuros.
Uso de equipamentos para levantamento de condição estrutural e funcional
O levantamento da condição estrutural e funcional dos pavimentos é uma etapa crucial para a manutenção e gerenciamento eficiente das rodovias. Nesse contexto, o uso de equipamentos como o FWD (Falling Weight Deflectometer) e o IRI (International Roughness Index) proporcionam dados que podem ser utilizados para a avaliação e para projetos de restauração em pavimentos.
O FWD é um equipamento utilizado para avaliar a condição estrutural dos pavimentos. Ele realiza medições da deflexão do pavimento sob uma carga dinâmica, simulando as condições de tráfego. O dispositivo é composto por um peso que é solto a uma altura predeterminada sobre o pavimento, causando uma carga sobre a superfície. Sensores localizados ao redor do ponto de aplicação da carga medem a deflexão resultante. Essas medições fornecem informações sobre a capacidade de suporte do pavimento, permitindo a avaliação de sua rigidez e da necessidade de intervenções, como reforços estruturais ou reparos. O FWD é particularmente útil na identificação de pontos frágeis no pavimento, que podem apresentar risco de falha, ajudando no planejamento de manutenção preventiva.
O IRI é um índice utilizado para medir a irregularidade longitudinal da superfície do pavimento, ou seja, o seu “nivelamento” ou suavidade. Esse índice é obtido através de um perfilometro, equipamento que coleta dados precisos das ondulações e imperfeições da via. O IRI é amplamente utilizado para avaliar o conforto de direção e a qualidade funcional do pavimento. Quanto menor o valor do IRI, mais suave e confortável é a via para os usuários. Esse índice é importante para identificar áreas que necessitam de reparos em função da rugosidade excessiva, o que pode causar desconforto e desgaste acelerado nos veículos.
Além dos dois citados, outros levantamentos também fornecem informações úteis para o engenheiro, como: mancha de areia, pêndulo britânico e outros.
Sondagens e ensaios

As sondagens e os ensaios são importantes para a análise da condição do subleito e das camadas que compõem a estrutura. Esses procedimentos são realizados com o objetivo de obter informações detalhadas sobre a condição das camadas, assim como suas características físicas e mecânicas.
As sondagens são processos de investigação geotécnica que visam a análise do subleito e das camadas de pavimentação. Elas podem ser realizadas de diversas formas, sendo as mais comuns as sondagens à percussão e as sondagens rotativas. O objetivo dessas sondagens é obter amostras do solo e dos materiais presentes nas camadas de pavimento, para que se possa avaliar a qualidade e a espessura das camadas, além de identificar possíveis falhas, como trincas, deformações ou infiltrações. Informações sobre o comportamento do solo, como a capacidade de suporte e a resistência, também são coletadas para auxiliar no planejamento de manutenções ou projetos de restauração.
Projetos de restauração

Com base nos levantamentos, sondagens e ensaios que foram realizados nas rodovias ou aeroportos, os engenheiros podem realizar projetos de restauração em pavimentos. Os projetos de restauração de pavimentos são necessários para a manutenção e preservação da infraestrutura viária, buscando reverter o desgaste natural ou danos causados por fatores climáticos, tráfego intenso e outros elementos prejudiciais. A restauração de pavimentos visa devolver a funcionalidade e segurança das vias, garantindo conforto e segurança aos usuários, além de prolongar a vida útil do pavimento.
O dimensionamento das camadas restauradas é fundamental para garantir a resistência e durabilidade do pavimento. Fatores como o tipo de tráfego, a carga esperada e as condições climáticas locais são considerados ao definir a espessura e os materiais adequados. A escolha dos materiais também deve ser feita com base em sua compatibilidade com o pavimento original e sua capacidade de resistir ao desgaste e às condições ambientais.
A execução das obras de restauração deve ser planejada de forma a minimizar o impacto no tráfego local. Em áreas urbanas, por exemplo, podem ser necessárias interrupções parciais ou desvios de tráfego para garantir a segurança dos trabalhadores e motoristas, além de respeitar as normas ambientais e de acessibilidade.
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