O cálculo da estabilidade de taludes é um assunto abordado em disciplinas de graduação, geralmente com o nome de Obras de Terra. Diversos são os métodos de cálculo disponíveis para essa verificação na mecânica dos solos, sendo muitas vezes uma escolha do engenheiro e calculista qual deles utilizar. Na prática de escritórios de engenharia são utilizados softwares que facilitam o cálculo e nesse artigo vamos tratar sobre um dos métodos empregados e citar softwares utilizados em escritórios de geotecnia.
O método de Fellenius juntamente com o método de bishop são chamados de métodos das fatias, sendo os mais utilizados para o estudo da estabilidade de taludes. O método de fatias consiste em:
- Dividir o talude em fatias de base com material único.
- As tensões da base são geradas pelo peso da fatia.
- calcula-se o equilíbrio do conjunto pela equação de equilíbrio em relação ao centro do círculo.
No método de Fellenius, o equilíbrio de forças em cada fatia é feito na direção normal e tangencial à superfície de ruptura. A força normal é obtida pela Equação 1.

Onde W é a força peso das lamelas, X e E são forças interlamelares, e o ângulo alfa é o angulo entre o centro do circulo de ruptura e o eixo da força peso da lamela.. O método de Fellenius elimina os termos de X e E, dessa forma o fator de segurança fica definido pela Equação 2 que relaciona a coesão efetiva do solo (c’), a largura da base inclina (l), o peso por metro do solo (W) e a poropressão (u).
Equação 2 – Fator de Segurança por Fellenius


O método de Fellenius é considerado um método que fornece baixos valores de fator de segurança, ou seja, é um método conversativo. Entretanto, para circulos de ruptura profundos ou para altos valores de poropressão, o método de Fellenius não é muito confiável. Para casos em que o ângulo alfa é negativo, deve-se anular esses valores pois resultam em tensão efetiva negativa. A Figura 1 exemplifica o método de Fellenius.

Na prática a análise de taludes é feita por softwares, por exemplo o Slide da Rocscience ou o Geostudio, o qual traça diversas superfícies de ruptura e aponta a que possui o menor coeficiente de segurança. A Figura 2 ilustra a análise pelo Slide.

Esse artigo foi útil para você? Compartilhe esse artigo para que outras pessoas entendam esse conceito da mecânica dos solos. Se tiver dúvidas, deixe nos comentários que elas serão respondidas!
Siga nas redes sociais abaixo para acompanhar nosso trabalho!
Fontes:
GERACOVICH, D.M.S. “ESTABILIDADE DE TALUDES”. Rio de Janeiro, 2016.
DAS, B.M; SOBHAM, K; “FUNDAMENTOS DE ENGENHARIA GEOTÉCNICA“. 8º Edição. California: Cengage Learning, 2010
HUMES, C. “NOTAS DE AULA DA DISCIPLINA DE MECÂNICA DOS SOLOS“. São Bernardo do Campo, 2015.
1 comentário