A escolha de um modelo de contenção de solo depende de diversos fatores e não há uma regra a ser seguida. Dessa forma, a escolha da melhor estrutura de contenção varia conforme o caso e muitas vezes é adotado com base em tradições regionais ou experiência do profissional em determinado modelo. Segundo Milititsky (2016), os principais fatores a serem considerados em uma análise de contenções de solo são:
Custo: O custo final de um determinado modelo está presente não apenas em análise de contenções de solos, mas sim em qualquer problema de engenharia e viabilizando uma determinada solução.
Geometria da Escavação: A geometria viabiliza ou não determinados modelos como, por exemplo, a utilização de escoramentos no lugar de tirantes. Quanto maior a profundidade, maiores serão as cargas e, portanto, maiores os deslocamento, limitando alguns modelos de solução.
Condição do Solo: A resistência do solo é um fator importante a ser analisado, pois necessita de escavação. A presença, por exemplo, de solos moles abaixo do lençol freático resulta em dificuldades para contenções com escavação sem paredes concretadas. Outro exemplo seria a presença de matacões que dificultam a utilização de paredes diafragma.
Presença de água: A determinação do lençol freático é importante, pois pode acabar inviabilizando alguns modelos de contenção.
Vizinhança: A adoção de um modelo que não prejudique a vizinhança é essencial. Modelos de contenção com vibrações, por exemplo, podem causar danos em estruturas vizinhas e consequentemente aumentar o custo.
Canteiro disponível: A dimensão do canteiro deve ser analisada para verificar a possibilidade de utilização de modelos de contenção, como por exemplo, o uso de Clam-Shells e etc.
Durabilidade da solução: A durabilidade é avaliada para ver a necessidade de uso de contenções provisórias ou permanentes.
Agressividade do meio: A presença de agentes contaminantes e agressivos no meio podem inviabilizar alguns modelos de contenção que utilizem, por exemplo, perfis metálicos.
Velocidade construtiva: O tempo é fator importante em obras de engenharia e muita das vezes o cliente precisa de soluções rápidas, dessa forma o modelo construtivo deve atender essas necessidades.
Os métodos de contenção se diferenciam não apenas pelo método, mas também devido a sua forma de implantação. A escolha da forma de implantação das contenções, e da forma de escavação, depende das possibilidades de aplicação de tirantes nos terrenos da vizinhança, da altura de escavação e da geometria da estrutura a ser implantada. Além disso, as disponibilidades de equipamentos e da experiência de profissionais da área podem ditar a escolha por um determinado método. As formas de implantação de contenções podem ser divididas naqueles que são executados de cima para baixo, chamado de top-down, ou de baixo para cima, chamado de bottom up. O Sistema Top-down apresenta como vantagem a grande rigidez resultantes na contenção em todas as etapas da escavação, e a mínima perturbação dos vizinhos que dependendo dos casos é essencial.
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Fontes:
DAS, B.M; SOBHAM, K; “FUNDAMENTOS DE ENGENHARIA GEOTÉCNICA“. 8º Edição. California: Cengage Learning, 2010
GERCOVICH, D; DANZIGER, B.R; Saramago, R. “CONTENÇÕES: TEORIA E APLICAÇÕES EM OBRAS”. São Paulo: Oficina de Textos, 2016
MILITITKY, J. “GRANDES ESCAVAÇÕES EM PERÍMETRO URBANO”. Oficina de Textos: São Paulo, 2016.