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O que são Materiais Estabilizados Quimicamente

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Fonte da Figura: https://obrasemaquinaspesadas.com.br/

Como mencionado nos últimos artigos, os materiais geralmente empregados em bases e sub-bases podem ser estabilizados mecanicamente, como por exemplo Britas Graduadas Simples, Macadames e Bicas Corridas, ou estabilizados quimicamente através da utilização de cimento, cal ou polímeros. A seguir são apresentados alguns materiais clássicos que utilizam tal estabilização:

Brita Graduada Tratada com Cimento (BGTC)

A brita graduada tratada com cimento (BGTC) é uma mistura de agregados do tipo BGS com uma pequena quantidade de cimento Portland, em geral utiliza-se uma proporção de 3% a 5% em peso da mistura total.

A mistura BGTC apresenta elevada rigidez, sendo muito útil para diminuir as tensões de tração na fibra inferior do revestimento.  É preparada em usina, com cimento e água colocada na própria misturadora. Diferente do que ocorre no BGS, o BGTC é executado em uma espessura única e não deve apresentar camadas sobrepostas.

Segundo Balbo (2007), devido a cura do cimento as bases em BGTC apresentam retração e aparecem trincas na superfície. Dessa forma, antes de ser executada a camada de revestimento, deve-se esperar o tempo de cura para que as trincas sejam seladas. Caso isso não seja feito, as trincas serão transmitidas para o revestimento. Segundo a ABNT NBR 5739, a BGTC deve apresentar resistência mínima de 4,2 MPa aos 7 dias e de 7 MPa aos 28 dias.

Solo Melhorado com Cimento (SMC)

O solo melhorado com cimento é um material que resulta da mistura entre um solo natural com um ligante hidráulico, o cimento, especificado na norma DNIT 142/2010 – ES. Após compactado, o solo melhorado com cimento apresenta reduzida suscetibilidade a água, devido a hidratação do cimento.

A função do solo melhorado com cimento não é aumentar sua resistência, mas sim buscar uma estabilização do solo para torna-lo menos expansivo quando em contato com a água. Dessa forma, o solo melhorado com cimento possui proporção de 2% a no máximo 4% em massa do material, e em 7 dias apresenta resistência a compressão simples entre 1,2 e 2,1 MPa.

O processo de cura do solo melhorado com cimento não produz grandes retrações, diminuindo a quantidade de trincas que resultam na camada.

Solo Cimento (SC)

O Solo cimento é uma mistura de solo com certa proporção de cimento, de tal forma que resulte em uma mistura de elevada rigidez, especificado na DNIT 143/2010. O solo cimento deve apresentar em 7 dias resistência superior a 2,1 MPa. Segundo Balbo (2007) para que atinja sua resistência a mistura deve ter teor de cimento superior a 7% em massa ou 8% em volume.

Como apresenta teores elevados de cimento, o processo de cura da mistura pode gerar trincas na camada. Dessa forma, deve-se atentar aos cuidados para a selagem das trincas antes da execução da camada de revestimento.

Solo Cal (SCA)

Além do cimento, o solo pode receber cal como material para estabilizar quimicamente. O material conhecido como Solo cal trata-se de uma mistura de solos expansivos, geralmente solos argilosos, que recebem cal hidratada. A reação química entre esses materiais modifica o solo argiloso tornando-o menos expansivo.

A mistura quando ainda não curada proporciona também maior plasticidade e trabalhabilidade ao material. A cal é aplicada em campo por aspersão ou em sacarias, e revolvida para misturar.

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Fontes:

BALBO, José Tadeu, “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Materiais, projeto e restauração”. São Paulo, 2007.

BERNUCCI, L.B; MOTTA, L.M.G; CERATTI, J.A.P; SOARES, J.B. “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Formação básica para Engenheiros”. Rio de Janeiro, 2008.

PEIXOTO, Creso de Franco; “GENERALIDADES DE PAVIMENTAÇÃO RODOVIÁRIA”. Rio Claro, 2003.

PRIETO, Valter; “NOTAS DE AULA – SUPERESTRUTURA RODOVIÁRIA”. Centro Universitário da FEI. São Bernardo do Campo, 2016.

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