Dando continuidade aos assuntos de Topografia, vamos agora entender um pouco sobre “Deflexão”. O “método da Deflexão” é algo utilizado em topografia para fazer coincidir a leitura de 180°.
Isso equivale a ter a origem da graduação prolongada na direção de ré e então facilitando as medições. Em exercícios de topografia, para aplicação do método basta somar 180° ao ângulo de vante e então subtrair a ré para encontrar a deflexão, ilustrada na Figura 1.
Dessa forma, podemos escrever conforme a Equação 1.
D = 180° + Lv – Lr
Sendo,
Lv = Ângulo de visada em vante
Lr = Ângulo de visada em Ré
Erro de Fechamento
O erro de fechamento e utilizado para saber o erro que foi obtido e então ser distribuído nos lados da poligonal. O erro é calculado pela Equação 2.
F = 2,5 x EQ x √N
ONDE,
EQ = precisão do equipamento;
N = Número de vértices da poligonal;
Declinação Magnética
Outro assunto que ficou pendente é em relação a “Declinação magnética”, que por sua vez trata da diferença entre azimute verdadeiro e o azimute magnético. A declinação é algo que varia no tempo e no espaço, ou seja a cada ano que passa esse “ponto” se move e então ocorre uma variação diferente entre os valores de azimutes. Dessa forma a declinação pode ser calculada através da Equação 3, que é muito semelhante a equação da função horária utilizada na Física.
d = d0 + v.Δt
sendo,
d0 = declinação magnética no tempo zero;
v = variação anual da declinação para o local;
Δt = tempo a partir da data zero;
Como o assunto da declinação pode gerar algumas dúvidas, vamos resolver um exercício tentando realiza-lo da forma mais detalhada possível.
Exercício de declinação magnética:
O rumo magnético de uma certa direção, medido com a bussola do teodolito, em 26/04/83, em São Paulo foi de 81°48′ NE. Determinar o azimute magnético desta mesma direção, se medida hoje, e também seu azimute verdadeiro.
Dados,
declinação em 1980 = 16,6° W
variação anual de 8′ W
Resolução:
Como podemos perceber, nos temos as informações iniciais para o ano de 1980, as medições foram feitas em 1983 e queremos o azimute para a data atual. Dessa forma, precisamos fazer 2 transformações para então achar oque queremos.
1° – Declinação para 1983
primeiro é necessário saber o quanto que a data de 26/04/1983 presenta para o ano em questão, para isso basta achar quantos dias já se passaram e então dividir pelo total de dias de um ano e somar ao ano em questão. Confuso? A conta ajudará na compreensão:
1983 + (3 x 30 + 26)/365 = 1983,32
O próximo passo é encontrar a declinação do ano de 1983 aplicando a equação:
d = d0 + v.Δt
d = 16,6° + 8′. (1983,32 – 1980) = 17° 2′
2° – Declinação para 2015
Para 2015 realizamos o mesmo procedimento de 1983, encontrando o quanto o dia atual representa e depois a declinação. Faremos o dia “atual” como sendo 10/08/2015 pois não fará diferença, o modo de calcular é o mesmo e você não estará lendo isso no dia exato que eu postar, então… vamos para a resolução:
2015 + (7×30 + 10) / 365 = 2015,60
d = 16,6° + 8′ (2015,60 – 1980) = 21° 20′
3° – Diferença de declinações
A diferença entre a declinação de 1983 e 2015 dará a variação que sofreu entre esses anos. Logo:
d2015 – d1983 = 21° 20′ – 17° 2′ = 4° 18′
4° – O Azimute
Sabemos pelo enunciado que o azimute magnético para o ano de 1983 é de 81° 45′. Como a variação é de 4° 18′ basta somar isso ao azimute passado e então encontraremos o azimute magnético de 2015 e subtraindo a declinação de 2015 encontraremos o azimute real.
Azm2015 = 81°45′ + 4’18’ = 86° 03′
Azr2015 = 86° 03′ – 21° 20′ = 64° 43′
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Fontes:
“Apostila PTR 2201 – INFORMAÇÕES ESPACIAIS I: NOTAS DE AULA”; Cintra, Jorge Pimentel (2012)
RIBEIRO, F. C. “NOTAS DE AULA DA DISCIPLINA DE TOPOGRAFIA“. Dezembro, 2015